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Capítulos

Quando Rafaella deu vida às primeiras coleções da Neriage, percebeu que não se via refletida nos conceitos tradicionais do mercado da moda, onde cada coleção narra uma história distinta. Para ela, suas criações são capítulos de um único livro, entrelaçando-se em uma narrativa contínua. Por isso, chamamos nossas coleções de capítulos: cada nova peça é uma extensão da anterior, uma evolução de sua essência. Explore o menu abaixo e mergulhe na nossa história, revelada através de nossos capítulos.

Capítulo 5

Argos

"As coisas não querem mais ser vista por pessoas razoáveis. Elas desejam ser olhadas de azul. Que nem uma criança que você olha de ave." Manoel de Barros

Repetir até se tornar outra coisa.
Reaprender o que já sabemos.
Reconstruir-se, remendar-se.
Tornar as formas antigas, novas formas. Mostrar o caminho.
Desequilibrar para harmonizar.
Desaprender tudo e reaprender, de novo e de novo.
Reconhecer e se desconhecer todos os dias. Olhar para o que já existiu com novos olhares.
Observar até não saber mais.
E aí então ressignificar o que achávamos que sabíamos.
Não temer.
Navegar.

Argos, nova coleção de inverno 2022 da Neriage, é uma navegação ou um vôo pelos significados e não significados das palavras e a importância de nos libertarmos dos conceitos que conhecemos. Não de modo a anulá-los, mas sobrepô-los, "assim como o Argonauta que renova seu navio durante a viagem, sem lhe mudar o nome." (Roland Barthes)

O poeta brasileiro Manoel de Barros (Cuiabá, 1916- 2014) dizia que as coisas que não existem são mais bonitas, e que quando nos prendemos ao significado das palavras, assassinamos a pureza e a infinita possibilidade das coisas do mundo.

"No descomeço era o verbo, só depois é que veio o delírio do verbo.
O delírio do verbo estava ali no começo, onde a criança diz 'eu escuto a cor dos passarinhos.'
A criança não sabe que o verbo escutar não funciona para cor, mas para som.
Então se a criança muda a função de um verbo, ele delira.
Em poesia que é voz de poeta, que é a voz de fazer nascimentos
O verbo tem que pegar delírio."

A obra Argonautas onde Maggie Nelson discute questões de gênero, amor e linguagem, também reforça a importância de questionar a permanência dos significados e pluralidade das palavras.

"Tenho um amigo que pensa no gênero como uma cor. O gênero e a cor têm em comum certa indeterminação ontológica: não é correto dizer que um objeto é uma cor, nem que o objeto tem uma cor. O contexto também a modifica: todos os gatos são pardos, etc. A cor também não é, a rigor, voluntária. Mas nenhuma dessas fórmulas quer dizer que o objeto em questão é incolor."

Nessa coleção, a liberdade e a pluralidade, de formas gerais, são representadas por algumas figuras-pássaro - é correto dizer que em termos imagéticos, utilizamos essa alegoria para representar alguns conceitos aqui explicitados por grandes autores, além de reforçar a ideia de mudança e movimento.
As cores contrastantes como vermelho e marinho, além dos nossos clássicos tons de areia, off-white e rosé em looks monocromáticos e sobrepostos com diferentes pesos, exploram a forma não como ponto de partida, mas como resultado de devaneios onde a textura e a cor indicam o caminho.

Martha Barros, artista plástica filha de Manoel de Barros, cedeu os direitos de duas pinturas e algumas palavras de seu pai para nossas criações. As obras de Martha se abastecem na infância e na fonte do ser, além de expor o primitivo esteticamente, inspirando-se em pinturas rupestres e desenhos infantis. Martha busca sempre um traço livre e fluido para representar seus conceitos.

"Poesia é voar fora da asa."
Manoel de Barros